São Paulo (Reuters) – O dólar à vista iniciou o ano de 2025 em alta frente ao real nas primeiras negociações desta quinta-feira (2), refletindo as incertezas sobre o cenário fiscal brasileiro e a economia global. Às 9h38, a moeda norte-americana subia 0,75%, sendo negociada a 6,2245 reais na venda.
Na Bolsa de Valores (B3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta de 0,52%, cotado a 6,236 reais.
Na última sessão de 2024, realizada na segunda-feira (30), o dólar à vista fechou em queda de 0,22%, a 6,179 reais. No entanto, no acumulado do ano, a moeda norte-americana apresentou uma valorização significativa de 27,36% frente ao real, impulsionada por fatores como instabilidade fiscal, aumento das taxas de juros globais e preocupações com o crescimento econômico brasileiro.
Nesta primeira sessão de 2025, o mercado demonstra aversão ao risco, refletida na busca pela segurança do dólar. A expectativa dos investidores recai sobre os primeiros indicadores econômicos do ano, que ajudarão a calibrar as perspectivas para a economia brasileira.
Dois dados econômicos importantes estão no radar dos investidores nesta quinta-feira. Às 10h, será divulgada a pesquisa do Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial brasileiro, compilada pela S&P Global. Este indicador deve oferecer pistas sobre a atividade econômica no início do ano.
Além disso, às 14h30, o Banco Central divulgará os números do fluxo cambial no país, fornecendo um panorama sobre o movimento de capital estrangeiro e sua influência sobre o mercado de câmbio.
O principal ponto de atenção dos mercados neste início de ano continua sendo o cenário fiscal brasileiro. A falta de clareza sobre o compromisso do governo em reduzir o déficit público e equilibrar as contas públicas alimenta preocupações entre os agentes financeiros.
“A trajetória do dólar continuará sensível ao contexto fiscal doméstico, especialmente com a pressão por novos gastos e a dificuldade em apresentar um superávit consistente”, avaliou um economista consultado pela Reuters.
A cautela dos mercados reflete o temor de que um descontrole fiscal possa afetar ainda mais o desempenho do real e reduzir a confiança de investidores estrangeiros na economia brasileira.
Com o ano apenas começando, as apostas do mercado financeiro dependerão, em grande parte, dos primeiros movimentos do governo e do desempenho econômico global em um cenário ainda marcado por incertezas.
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