Chega a 7,85% o percentual de mulheres que se candidataram para alguma prefeitura no Amazonas, em 2020, segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral. Isso significa que no Estado com 62 municípios e um universo de 280 candidatos ao cargo de prefeito, somente 22 são mulheres. E a maioria esmagadora delas figura sozinha entre concorrentes homens em suas cidades.
Entretanto, fogem à regra dois municípios: Presidente Figueiredo e Urucará, cada um com duas candidatas em seus quadros para a prefeitura. E Manaus, a capital, parece ter dado o exemplo, com 11 na disputa pela sucessão de Arthur Neto (PSDB) não há uma representante do sexo feminino – o mais próximo que quatro estão do pleito principal é a tentativa de ser vice.
Além de Presidente Figueiredo e Urucará, estão na lista das vinte cidades amazonenses que têm mulheres na briga pela prefeitura: Anamã; Anori; Beiruri; Ipixuna; Iranduba; Itacoatiara; Itapiranga; Japurá; Jutaí; Maraã; Nhamundá; Novo Airão; Pauiní; Santa Isabel do Rio Negro; São Paulo de Olivença; Tabatinga; Tefé; Uarini.
Representatividade no Poder Legislativo
Não é só no Poder Executivo que as mulheres são minoria. Atualmente, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) tem 41 vereadores, desse total, apenas 3 são mulheres, ou seja, a representatividade feminina na casa legislativa é de apenas 7%.
Ainda que o cenário não pareça favorável, a socióloga e professora Débora Alves, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), afirma que o interesse pela política cresce entre as mulheres, especialmente, mais jovens.
“Essa é a primeira vez que temos mulheres participando de uma maneira mais ativa, principalmente ao cargo de chefe do executivo municipal da nossa capital, o avanço da política nas redes sociais também é imenso. Com isso, conseguimos observar cada vez mais mulheres jovens envolvidas com à política”, contextualizou a socióloga.
Existe preconceito
Segundo um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) 90% da população mundial (sem importar o sexo) têm preconceito contra as mulheres. Estes preconceitos incluem que os homens são melhores políticos e líderes de negócios; que ir à universidade é mais importante para os homens; ou que deveriam ter um tratamento preferencial em mercados de trabalho competitivos.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) analisou 75 países, que representam 80% da população global, e concluiu que 9 a cada 10 pessoas, inclusive mulheres, têm preconceito de gênero.